LIBERTADORES 11

Renovado, Peixe está pronto para conquistar América

Descansado, elenco deixa maratona para trás e volta aos trabalhos para enfrentar Cerro pela semifinal da Libertadores

Elano treina com elenco do Santos após descanso no fim de semana (Foto: Ivan Storti)

Israel Stroh e Klaus Richmond
Santos (SP)

O cansaço foi por muito tempo assunto chave no Santos. Viagens, maratona de jogos e lesões desafiaram Muricy Ramalho, Neymar e companhia, que tentam a ousada meta de ser campeão paulista e da Copa Santander Libertadores. Mas o Peixe começou a semana depois da tão aguardada folga e está com fôlego renovado para uma nova bateria de decisões.
Quarta-feira é dia de enfrentar o Cerro Porteño (PAR), pela semi da Libertadores, mas esta é a primeira vez na fase eliminatória que Muricy consegue trabalhar uma semana inteira com os titulares. O descanso é precioso, observado por todos os aspectos.
Especializada na área esportiva, a psicóloga Suzy Fleury fala que o cansaço físico pode ter mais interferência no rendimento do atleta do que o esperado. Ela diz que o jogador cansado pode levar a campo emoções negativas, que por sua vez, o leva a errar mais.
– Foi ótima a decisão do Muricy de poupar os jogadores, pois ao buscar melhor condição física, o emocional sai bem fortalecido. O excesso de decisões leva um grupo a ficar mais tenso e aí ele começa a reagir negativamente. Tanto que uma final costuma ter mais cartões amarelos. Com esse descanso, o time fica mais forte – explica a psicóloga.
A comissão técnica santista também comemora o tempo livre para trabalhar, que pode dar resultados já no jogo de amanhã (veja mais ao lado). Com tantas decisões, praticamente não houve tempo para treinar e recuperar a condição física. Com um risco de lesão seis vezes maior, cinco jogadores foram castigados (Léo, Arouca, Jonathan, Ganso e Alan Patrick).
O Santos, no entanto, se renovou. Com mais fôlego e mais bem preparado, a expectativa é que as visitas ao departamento médico diminuam a partir desta semana.
– Agora temos um risco menor de lesão por jogarmos uma vez por semana. O atleta, agora, consegue recuperar mais energia e no jogo pode ficar 100%, o risco de lesão diminui e é esse o nosso objetivo – disse o preparador físico.
Renovado, o Santos, tem fôlego e cabeça para conquistar a América.

Com a palavra: Suzy Fleury, psicóloga especializada em esportes,
Quanto mais incerto e importante for o resultado de uma partida, mais tenso pode ficar o atleta. Por isso as decisões costumam ser mais tensas, é só lembrar da cabeçada do Zidane na Copa, que mesmo cheio de experiência não aguentou.
No caso do Santos, que passa por uma série de decisões, é mais complicado. Mas com um time jovem e o comando do Muricy, chegou a um equilíbrio ideal.
Quando há algum obstáculo, em vez de se queixar dele, é preciso buscar uma solução. O Santos parece que está fazendo isso muito bem. Está passando por uma série de decisões, com dificuldades. mas está buscando soluções sem prejudicar o lado emocional.
O cansaço é, sem dúvida, mais um obstáculo, e essa folga deixa o Santos mais bem preparado fisicamente. O lado emocional acaba também ganhando muito.